A Prefeitura de Guarulhos realizou na quarta-feira (7) uma mesa-redonda de história e culturas dos índios com o tema “Por uma educação que respeite as culturas indígenas”. O encontro aconteceu na sede da Secretaria de Educação, organizadora do evento junto com o Departamento de Orientações Educacionais e Pedagógicas (Doep), e integra as atividades do “Agosto Indígena”.
Destinada aos professores e coordenadores pedagógicos das escolas da rede municipal de ensino, a iniciativa teve como objetivo fomentar e valorizar as discussões acerca dos povos indígenas e sua representatividade nas escolas, proporcionando aprofundamento das culturas e costumes indígenas conforme previsto na Lei 11.645/2008, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena e seu reconhecimento na formação da sociedade brasileira.
Para a diretora do Doep, Solange Turgante, a ideia de realizar uma mesa-redonda sobre o tema é quebrar os estereótipos, reconhecer e entender a cultura indígena que constitui a sociedade. “O viés da mesa é educacional, para que os profissionais da educação repensem como trabalhar um tema tão importante nas escolas da rede municipal”, observou.
“Hoje o nosso principal problema enquanto nação é a desigualdade social. E é claro que ele só será resolvido pela educação”, destacou o subsecretário de Igualdade Racial, Anderson Guimarães, que ressaltou ainda a importância de discutir a Lei 11.645. A Subsecretaria de Igualdade Racial foi coorganizadora do evento.
A mesa-redonda foi composta por lideranças indígenas de diversas etnias,sendo Jera Guarani da aldeia Kalipety, Adriano Veríssimo da mesma aldeia e coordenador do Centro de Educação e Cultura Indígena (Ceci), Emerson de Oliveira Souza mestrando em antropologia na Universidade de São Paulo e professor de sociologia da Rede Estadual de Ensino de São Paulo e Awa Kuaray Wera presidente da Associação Indígena Arte Nativa, localizada em Guarulhos.
Durante o encontro, os coordenadores pedagógicos tiveram a oportunidade de compreender a diversidade étnica e cultural dos povos indígenas, sanar suas dúvidas, compartilhar experiências e apreciar as artes indígenas que foram expostas.
Além disso, foram levantadas reflexões acercada educação escolar indígena e o impacto da Lei 11.645 nas salas de aula e nas práticas pedagógicasdo sistema regular de ensino, a fim de romper com paradigmas sobre o indígena retratados ainda nos dias atuais.
