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sábado, abril 20, 2024

Inovação na Gestão Governamental – Sugestões para estabelecer uma agenda estratégica dos primeiros 100 dias.

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Mais do que uma abordagem teórica, a Inovação deve ser parte estrutural de uma sociedade que busca o crescimento justo e desenvolvido em todas as suas instâncias.

Na perspectiva dos cidadãos em relação aos seus governos, vivemos em contexto de mudanças contínuas e fortes demandas por melhores serviços, por mais compromisso e Accountability – termo da língua inglesa que pode ser traduzido para o português como responsabilidade com ética e remete à obrigação, à transparência, de membros de um órgão administrativo ou representativo de prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados.

Em tempos de mudanças governamentais, o foco de uma nova gestão deve ser de uma transição ou reposicionamento para o novo ciclo, com impacto positivo na vida dos cidadãos, no entanto, transformar o discurso e as intenções em ações que se revertam em resultado é o desafio das novas equipes à frente de um governo.

Aproveitamos então alguns conceitos relevantes que, se devidamente aplicados, poderiam ser úteis e efetivos para equipes responsáveis pela implementação de estratégias de gestão pública.

Ao sugerir uma agenda de 100 (cem) dias para o desenho de uma estratégia de governo, nos baseamos no conceito de métrica dos 100 dias, nos remetemos à época do governo de Franklin Roosevelt – Estados Unidos, no ano de 1933. As consequências da recessão econômica dos anos 30 exigiam urgência e assertividade das decisões do governo, uma vez que o desemprego alcançava quase um terço da classe trabalhadora, milhões de empresas declararam falência e o setor financeiro sofria a pior crise experimentada até então.

Assim, os primeiros três meses de governo do presidente norte americano foram marcados pela velocidade com que as leis de assistência e incentivo à retomada econômica foram promulgadas.

Tudo foi feito sob a enorme pressão da urgência, ou seja, o momento exigia que as instituições políticas se movessem rapidamente para amenizar e superar a crise econômica e social que assolava o país.

Alguns especialistas argumentam que o notável sucesso dos primeiros 100 dias de governo Roosevelt foi consequência da necessidade de tomada de decisões rápidas e unânimes, quase todas amparadas por uma vasta maioria no congresso nacional.

Diante da situação, o presidente Roosevelt demonstrou sua notável habilidade de comunicação política ao dar publicidade às ações dos primeiros dias de mandato.

Desde então, a idealização do termo “100 dias de governo” pauta o início da trajetória de cargos do executivo.

Fato é que, no geral, o período de 100 dias é muito curto para avaliar o sucesso ou fracasso de uma administração, porém, mostra-se importante para estabelecer o tom ou os rumos dos próximos anos de mandato.

A ideia é de sinalizar à sociedade e aos eleitores que o plano de governo está sendo gestado.

A agenda dos 100 dias tornou-se tradição em todos os níveis de governo, em grandes democracias , ganhando destaque como primeiro recorte no papel estratégico tanto para atuar na complementação, atualização e validação dos levantamentos apontados no relatório de transição bem como na estruturação dos métodos, métricas e gestão de governança e governabilidade, dos pilares chaves como comunicação, jurídico, contábil, orçamentário-financeiro, na criação do desenho do perfil político-administrativo-estratégico e na produção de um primeiro balanço de ações e projetos preparados, das primeiras entregas efetivadas, subliminarmente já sinalizando transparência e conexão com a sociedade, a linha de atuação do governo entrante, que já mostra a que veio.

Os primeiros movimentos são muito importantes na elaboração de um plano estratégico, com foco em uma jornada de baixo risco e maior probabilidade de sucesso na entrega de valor aos cidadãos e, acima de tudo eleitores, que dedicaram toda confiança no representante para conduzir seu destino nos próximos quatro anos.

Aproveitar a força do apoio político carregada com a legitimidade de poder, irrigada de esperança depositada nas urnas é uma grande janela para atalhar a capacidade de governar com um turbo no conhecimento da máquina, por dentro e por fora, e assim estruturar medidas, programas e projetos estruturantes.

Diante do problema estrutural histórico de um desequilibrado pacto federativo, elevada fragilidade institucional, econômica e regulatória, entre outros grandes entraves da burocracia pública brasileira, soma-se esta pandemia da COVID-19, o contexto impõe um desafio ainda maior de algumas gestões locais: superar as adversidades e efetivar a execução desta agenda transversal para liderar o engajamento e planejamento necessários, num possível cenário de descrédito, desesperança e divisão políticas, somado a certo nível de escassez fiscal.

Assim, é hora de buscar novos caminhos, aproveitar as oportunidades da crise e da renovação de esperança embarcada na eleição. Para o melhor aproveitamento desta janela única e numa conjuntura tão desafiadora, sugerimos, efetivamente, renovar métodos, exercer muita criatividade, se preparar, reinventar o investimento e a governança para os governos locais possam superarem-se e desenvolverem-se com inovação e sustentabilidade.

Esperamos ter contribuído para nortear a estruturação e execução de sua agenda de 100 dias e, assim, inovar nas ações governamentais de suas regiões. Sucesso a todos!

 

P.S:    Para acesso mais especifico e amplo na agenda de 100 dias, compartilho o link do e-book “Agenda dos 100 dias!” elaborado pela Houer Academy, com detalhes e ações complementares para sua devida aplicação.   Aproveitem esse material[E-book] AGENDA DOS 100 DIAS! (houer.com.br)

 

*Jose Vitorelli é especialista em Inovação de Negócios, Supply Chain e Internacionalização e pode ser acessado através do e-mail – jose.vitorelli@outlook.com e/ou WhatsApp –  .0xx11 99382-2202

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